INÍCIO Minerais Cinábrio (Mercúrio)

Cinábrio (Mercúrio)

O cinábrio é um mineral de sulfeto de mercúrio que ocorre naturalmente com a fórmula química HgS. É uma das fontes mais comuns e conhecidas de mercúrio. O cinábrio normalmente exibe uma impressionante cor vermelha a marrom-avermelhada, que é frequentemente associada ao seu uso histórico como pigmento para a criação de pigmentos vermelhos, incluindo o vermelhão.

Cor: O Cinnabar é conhecido pela sua cor vermelha profunda, o que o torna visualmente distinto. Esta tonalidade vibrante tornou-o um material muito procurado para diversos fins artísticos e decorativos.

Ocorrência: Cinábrio é normalmente encontrado em veias hidrotermais depósitos, muitas vezes associado a outros minerais de minério. Forma-se sob condições de alta temperatura e pressão.

Fonte de Mercúrio: O mercúrio, um metal pesado tóxico, é obtido do cinábrio por meio de um processo denominado torrefação. Quando o cinábrio é aquecido, ele se decompõe, liberando vapor de mercúrio. Este vapor pode ser condensado e coletado para diversos fins industriais.

Usos históricos: O cinábrio tem uma longa história de uso como pigmento vermelho na arte, especialmente na China antiga e na Mesoamérica. Foi usado para criar a cor vermelha brilhante conhecida como vermelhão. No entanto, devido à toxicidade do mercúrio, a sua utilização neste contexto foi largamente substituída por pigmentos mais seguros.

Simbolismo: O cinábrio tem significado cultural e simbólico em várias tradições. Na cultura chinesa, tem sido associado à imortalidade e usado em antigos rituais funerários. Na alquimia, o mercúrio era frequentemente representado pelo cinábrio.

Preocupações com a saúde: O cinábrio é altamente tóxico devido ao seu conteúdo de mercúrio. A inalação ou ingestão de vapor de mercúrio ou poeira de cinábrio pode conduzir a graves problemas de saúde, incluindo danos neurológicos. Como resultado, a sua utilização como pigmento foi largamente abandonada em favor de alternativas mais seguras.

Mineralogia: O cinábrio cristaliza no sistema trigonal, normalmente formando cristais prismáticos ou tabulares. Tem uma dureza relativamente baixa na escala de Mohs, o que o torna relativamente fácil de riscar.

Devido à sua cor marcante e significado histórico, o cinábrio continua a ser de interesse dos colecionadores de minerais, embora seu uso como pigmento e fonte de mercúrio tenha diminuído devido a preocupações ambientais e de saúde.

Nome: Do latim medieval cinnabaris, rastreável ao persa zinjifrah, aparentemente significando sangue de dragão, para a cor vermelha.

Associação: Mercúrio, Realgar, pirita, marcassita, estibinite"opala”, “calcedônia”, barita, dolomite, calcite.

Polimorfismo & Série: Trimorfo com metacinábrio e hipercinábrio.

Cristalografia: romboédrico; trigonal-trapezoédrica. Cristais geralmente romboédricos, frequentemente em gêmeos de penetração. Faces trapezoidais raras. Geralmente maciço granular fino; também terrosos, como incrustações e disseminações através da rocha.

Características de Diagnóstico: Reconhecido por sua cor vermelha e faixa escarlate, alta gravidade específica e clivagem.

Cinábrio, Mercúrio

Propriedades Químicas do Cinábrio

Classificação Química Sulfeto mineral
Composição química HgS

Propriedades físicas do cinábrio

Cor Vermelho-cochonilha, para vermelho acastanhado e cinza-chumbo
Risca Escarlate
Brilho Adamantino para maçante
Decote Perfeito Perfeito {1010}
Diafaneidade Transparente em peças finas
Dureza de Mohs 2.0-2.5
Gravidade específica 8.176
Propriedades de diagnóstico Associação com atividade vulcânica.
Sistema Cristal trigonal
Tenacidade Sectile
Fraturar Irregular/irregular, subconcoidal
Densidade 8.176 g/cm3 (medido) 8.20 g/cm3 (calculado)

Propriedades ópticas do cinábrio

Formato Anisotrópica
Anisotropismo Alta
sinal óptico Uniaxial (+)
Birefringence δ = 0.351
emergencial Muito alto

Ocorrência e formação de cinábrio

O cinábrio ocorre e se forma principalmente em hidrotermais depósitos de veia, onde se desenvolve sob condições geológicas específicas. Aqui está uma explicação mais detalhada da ocorrência e formação do cinábrio:

Cenário geológico: O cinábrio é comumente encontrado em regiões com atividade vulcânica e sistemas hidrotermais. Estas configurações geológicas fornecem as condições necessárias para a formação de depósitos de cinábrio.

Veias Hidrotermais: O cinábrio normalmente se forma em veias hidrotermais, que são fissuras ou fraturas em rochas que foram preenchidos com fluidos quentes ricos em minerais. Esses fluidos quentes são frequentemente compostos de água contendo minerais e são aquecidos nas profundezas da crosta terrestre.

Fonte de Mercúrio: O mercúrio é um componente chave na formação do cinábrio. O mercúrio pode ser proveniente de vários processos geológicos, incluindo a atividade vulcânica e a alteração de rochas pré-existentes contendo minerais contendo mercúrio.

Precipitação: O processo de formação do cinábrio começa quando quente fluidos hidrotermais transportando mercúrio dissolvido entram em contato com rochas hospedeiras que contêm minerais ricos em enxofre. O enxofre pode ser derivado de várias fontes, incluindo as rochas circundantes ou do ambiente vulcânico.

Temperatura e Pressão: A formação de cinábrio é favorecida por condições de alta temperatura e alta pressão. Essas condições fazem com que o mercúrio e o enxofre reajam, formando cristais de sulfeto de mercúrio (HgS), que constituem o cinábrio.

Cristalização: À medida que os fluidos hidrotérmicos esfriam e perdem pressão, os cristais de cinábrio precipitam e crescem dentro das fissuras e fraturas das rochas hospedeiras. A distinta cor vermelha do cinábrio é resultado do arranjo específico de seus átomos de mercúrio e enxofre.

Associações: O cinábrio é frequentemente encontrado junto com outros minerais, como quartzo, calcitee vários minerais de sulfureto. Esses minerais associados são frequentemente indicativos de condições geológicas específicas e podem variar dependendo da localidade.

Depósitos Secundários: Em alguns casos, o cinábrio também pode ser encontrado em depósitos secundários, como em depósitos aluviais (rios) ou como resultado de intemperismo e erosão de rochas primárias contendo cinábrio. Estes depósitos secundários são geralmente o resultado do transporte e concentração de cinábrio por processos naturais.

Os depósitos de cinábrio estão distribuídos por todo o mundo, com ocorrências notáveis ​​em regiões com atividade vulcânica ativa ou antiga, bem como em áreas associadas a sistemas hidrotermais. Embora o cinábrio seja visualmente impressionante e historicamente significativo, a sua extracção e utilização foram restringidas devido à natureza tóxica do mercúrio, que é libertado durante o processamento do cinábrio. Além disso, as preocupações ambientais relacionadas com a poluição por mercúrio levaram a regulamentações mais rigorosas relativamente à sua mineração e processamento.

Fontes e distribuição de mineração de cinábrio

As fontes de mineração e distribuição de cinábrio têm sido historicamente significativas devido ao uso do cinábrio como fonte de mercúrio e seu pigmento vermelho vívido. Aqui estão informações sobre as fontes de mineração de cinábrio e sua distribuição:

Fontes de mineração de cinábrio:

  1. Depósitos Primários de Cinábrio: A principal fonte de mineração de cinábrio são depósitos de veias hidrotermais, conforme explicado anteriormente. Esses depósitos são encontrados em ambientes geológicos específicos associados à atividade vulcânica e a sistemas hidrotermais.
  2. Mineração de Mercúrio: O cinábrio é extraído principalmente por seu conteúdo de mercúrio. O mercúrio tem sido utilizado em diversas aplicações industriais, inclusive na produção de termômetros, lâmpadas fluorescentes, baterias e como catalisador em processos químicos.
  3. Uso artístico e de pigmentos: O cinábrio foi historicamente extraído para uso como pigmento vermelho, principalmente na arte. No entanto, a sua utilização em pigmentos diminuiu significativamente devido à sua toxicidade, e alternativas mais seguras substituíram-no em aplicações artísticas e decorativas.

Distribuição de Cinábrio:

  1. Fontes Históricas: A mineração de cinábrio tem uma longa história, com fontes históricas notáveis, incluindo:
    • China: A China Antiga foi uma importante fonte de cinábrio para seu uso na arte e nas práticas culturais tradicionais chinesas. Os depósitos de cinábrio chinês são bem conhecidos e têm sido explorados há séculos.
    • Mesoamérica: As culturas pré-colombianas da Mesoamérica, como os astecas e os maias, também extraíam cinábrio para uso como pigmento. O cinábrio foi usado na criação de murais e artefatos vermelhos vívidos.
    • Espanha: A Espanha foi outra fonte histórica de cinábrio e desempenhou um papel no comércio global de cinábrio durante o período colonial.
  2. Mineração Moderna: Embora a mineração de cinábrio para uso artístico e de pigmentos tenha diminuído, a mineração moderna de mercúrio ainda ocorre em várias partes do mundo. Algumas regiões notáveis ​​com depósitos de cinábrio e operações de mineração de mercúrio incluem:
    • China: A China continua a ser um produtor significativo de mercúrio a partir de depósitos de cinábrio. Possui operações de mineração modernas e é um dos maiores produtores de mercúrio do mundo.
    • Quirguistão: O Quirguistão é conhecido pelos seus depósitos de cinábrio e pelas atividades de mineração de mercúrio.
    • Argélia: A Argélia possui depósitos de cinábrio e está envolvida na mineração de mercúrio.
    • Espanha: A Espanha ainda possui depósitos de cinábrio, embora a mineração de cinábrio para mercúrio tenha diminuído significativamente devido a preocupações ambientais e de saúde.
  3. Depósitos Secundários: Além dos depósitos primários de cinábrio, os depósitos secundários podem conter cinábrio. Esses depósitos secundários podem resultar de processos de erosão e intemperismo que concentram cinábrio nos leitos dos rios e depósitos aluviais.

É importante notar que a mineração de cinábrio para a produção de mercúrio tem enfrentado maior escrutínio e regulamentação devido a preocupações ambientais e de saúde associadas à poluição por mercúrio. Muitos países implementaram regulamentações rigorosas para mitigar o impacto ambiental da mineração e processamento de mercúrio. Como resultado, a produção e a utilização de mercúrio, derivado do cinábrio, diminuíram ao longo dos anos, com esforços para encontrar alternativas mais seguras e reduzir as emissões de mercúrio.

Áreas de Aplicação e Usos

O cinábrio e seus produtos derivados, especialmente o mercúrio, têm historicamente encontrado diversas aplicações e usos em diferentes áreas. No entanto, é importante notar que muitos destes usos diminuíram ou foram substituídos devido a preocupações ambientais e de saúde associadas ao mercúrio. Aqui estão algumas das áreas de aplicação e uso do cinábrio e seus produtos:

  1. Produção de Mercúrio:
    • O cinábrio é extraído principalmente por seu conteúdo de mercúrio. Quando o cinábrio é aquecido, ele se decompõe, liberando vapor de mercúrio. Este vapor pode ser coletado e condensado em mercúrio líquido, que tem sido utilizado em inúmeras aplicações.
  2. Termômetros:
    • O mercúrio líquido tem sido um componente comum em termômetros de vidro. No entanto, o uso de mercúrio em termômetros foi reduzido devido a preocupações ambientais e à disponibilidade de métodos alternativos de medição de temperatura.
  3. Lâmpadas fluorescentes:
    • O vapor de mercúrio é usado em iluminação fluorescente. Quando uma corrente elétrica passa pelo vapor de mercúrio, ela emite luz ultravioleta, que então interage com revestimentos de fósforo para produzir luz visível. Esforços foram feitos para reduzir o teor de mercúrio nas lâmpadas mais recentes e com maior eficiência energética.
  4. Baterias:
    • As baterias de óxido de mercúrio têm sido usadas em diversas aplicações, como aparelhos auditivos, câmeras e dispositivos eletrônicos. No entanto, estas baterias estão a ser gradualmente eliminadas em favor de alternativas mais ecológicas.
  5. Chaves e relés elétricos:
    • Chaves e relés umedecidos com mercúrio já foram comuns em aplicações elétricas devido ao seu desempenho confiável. Estes foram amplamente substituídos por dispositivos de estado sólido devido a preocupações ambientais.
  6. Processos Químicos:
    • O mercúrio tem sido utilizado como catalisador em diversos processos químicos, principalmente na produção de cloro e soda cáustica. Alternativas foram desenvolvidas para reduzir o uso de mercúrio nesses processos.
  7. Dourado e Prata mineração:
    • O mercúrio tem sido usado em operações de mineração de ouro e prata em pequena escala para extrair metais preciosos do minério. Esta prática, conhecida como fusão, representa graves riscos ambientais e de saúde e está a ser desencorajada ou proibida em muitas regiões.
  8. Arte e Pigmentos:
    • Historicamente, o cinábrio foi usado como pigmento vermelho na arte, criando uma cor vermelha viva conhecida como vermelhão. No entanto, este uso diminuiu significativamente devido à toxicidade do mercúrio, e pigmentos mais seguros são agora favorecidos na arte e na restauração.
  9. Medicina tradicional:
    • Em alguns medicamentos tradicionais, o cinábrio foi usado, mas seu uso foi amplamente descontinuado devido a preocupações com o envenenamento por mercúrio.
  10. Práticas Culturais e Espirituais:
    • O cinábrio tem sido utilizado em diversas práticas culturais e espirituais, particularmente nas tradições chinesas, onde era associado à imortalidade e utilizado em rituais funerários.

É importante enfatizar que o uso de mercúrio e cinábrio em muitas dessas aplicações tem sido objeto de escrutínio e regulamentação devido à toxicidade do mercúrio e ao seu impacto ambiental. Esforços têm sido feitos para reduzir o uso e as emissões de mercúrio, promover o manuseio seguro e desenvolver alternativas em vários setores.

Referências

  • Bonewitz, R. (2012). Rochas e minerais. 2ª ed. Londres: DK Publishing.
  • Handbookofmineralogy.org. (2019). Manual de Mineralogia. [online] Disponível em: http://www.handbookofmineralogy.org [Acessado em 4 de março de 2019].
  • Mindat.org. (2019). Cinnabar: Mineral information, data and localities.. [online] Disponível em: https://www.mindat.org/min-727.html [Acessado em 4 de março de 2019].
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